segunda-feira, 22 de março de 2010

Puro conversê




Oh, eu e a Cris no início do estágio.
Que Deus e os nossos deuses nos ajudem a chegar na maioridade!

Eu e a Cris, minha colega e irmã (já que ambas faremos estágio com EJA) estivemos na Bibloteca Pública Municipal retirando alguns livros para leitura abordando a EJA, jogos cooperativos e educação e mídia.

Fomos em busca de colegas educadoras que tivessem experiência com EJA.
Uma delas emprestou-nos um material utilizado pelo Instituto Integrar (da CUT), que tem uma metodologia baseada em publicações voltadas ao debate de temas que interessam aos trabalhadores. Emprestou-nos também o material criado pelos educadores de EJA juntamente com a coordenação da EJA da SMED para utilização com a turma do Intensivo.

Hoje, visitamos a professora do CME Érico Veríssimo - UEF, que emprestou-nos muitos, muitos livros de EJA, para acalmar nossos corações e aclarar nossas idéias. Tivemos contato com seus alunos, uma analfabeta e dois alfabetizados, que estavam na Biblioteca manuseando livros de seu interesse. Ficaram nos observando com curiosidade e um pouquinho de vergonha. Chegou a ser engraçadinho o jeitinho como nos ohavam. Lá a turminha está pequena. Ela comentou que está com seis alunos na turma e percebi que estava ansiosa para atender um número maior. Foi super atenciosa com a gente e fiquei encantada em perceber o orgulho e amor que ela tem pelo trabalho que desenvolve.

Amanhã eu e a Cris iremos conhecer nossas turmas, conhecer a professora titular e fazer nossas filmagens. Soube que a titular da nossa turma é fantástica! Muito dedicada e experiente, o que me deixou muito feliz. Espero que não se sinta incomodada com a nossa chegada e participação no ano letivo e seja receptiva e incentivadora.

Estou me sentindo com um misto de medo e empolgação.
Há tantas coisas que podem ser feitas com esta turma!
A Feira do Livro vem aí com Carlos Urbim, Martha Medeiros, Tangos e Tragédias e Tholl...
Ai, ai, ai...eu acho que corro o risco de ser infectada pelo vírus da paixonite aguda.

Idéias iniciais




E eis que aos poucos as idéias vão sugindo.
Pensei que quando estivermos próximos do dia do trabalhador, bem no início do estágio, poderia fazer uma feira de profissões, onde cada aluno apresentaria seu ofício aos demais, inclusive vendo a possibilidade de cada uma demonstrar as suas habilidades na prática.
Isso vem de encontro às legislações que abordam a importância do trabalho e da sua valorização no processo educacional. Isso sem contar na questão motivacional diretamente relacionada a ela.
Desempregados na turma? Ainda não sei. Pode ser que existam. Realizarei uma visita à turma amanhã.
Mas sem talento, impossível. Se eventualmente, e logo descobrirei isso, eu encontrar algum aluno que não esteja profissionalmente colocado, oportunizarei que ele demonstre à turma algum talento que o agrade ou ofício que já desempenhou no caso de ser aposentado.

Eu tô doida pra agendar uma visita ao Jornal NH, noturna...já guardei vários exemplares da primeira edição do jornal que foi reprisada na oportunidade em que o Jornal comemorava seus bens vividos 50 anos de existência e um especial que retrata em décadas as notícias top's.

Uma boa fonte de leitura, pesquisa e debate, que quero averiguar com a coordenação se por questões políticas poderei fazer uso. Eu não vejo problema algum, visto que é a revista de Prestação de Contas da Administração (bem, ela é resultado da obrigação pública de prestar contas à comuniade), que com imagens e textos, demonstra os últimos avanços e obras na cidade. Fomentará o debate, acerca da visão da administração frente às críticas e visão da sociedade.




À medida que as idéias vão aflorando, a calma vai tomando conta de mim.
Mas é sempre passageira.
Logo voltam a ansiedade e o nervosismo.

Ansiedade total


Definitivamente...estagiários viram bebês mimados em crise.


Inicio o novo semestre com a ansiedade comum dos anteriores e a certeza de que grandes desafios e aprendizagens surgirão a partir dele.
O diferencial deste, é que iniciamos (regra geral) apavorados! Em sua maioria com a sensação de estarmos literalmente perdidos.
Eu, particularmente, sinto como se minha cabeça estivesse em meio a um turbilhão: sinto-me insegura com relação ao que será cobrado pela UFRGS, ao tipo de trabalho que esperam que desenvolvamos, a como vou me sair nesta etapa e como os alunos interagirão entre si e comigo no estágio.
Vou atuar com uma turma de Educação de Jovens e Adultos, fato novo na minha vida profissional.
Já atuei como professora de Inglês e Espanhol, inclusive para turmas de Ensino Médio, mas nunca atuei diretamente com alunos da EJA.
Tive a grata oportunidade de atuar dois anos na Supervisão de Educação de Jovens e Adultos na 2ª CRE - Coordenadoria Regional de Educação, em São Leopoldo. Não atuava diretamente como supervisora (claro!), mas atua no setor, tendo contato com diretores e educadores das escolas que possuíam EJA dos 38 municípios atendidos pela Coordenadoria. Lá, auxiliávamos na escolha de palestrantes e na elaboração de cursos para os educadores que atuavam na área.
Logo, assisti a cada um deles.
Naquela época, já eram defendidas as metodologias baseadas na realidade e interesses dos alunos. Uma didática centrada em livros ou nas idéias do educador, desde lá, 2004, já eram abolidas. Mas sabe como é, a teoria, é uma coisa. A prática é outra.
Calma! Não me entenda mal. Sou 100% a favor da abordagem que acabei de mencionar (não a tradicional), mas não tive a oportunidade de aplicá-la na prática ainda com EJA. Esse é o problema.
Parece meio surreal, mas sei o melhor caminho a seguir, mas tenho insegurança quanto à maneira de colocá-lo em prática. MEdo de estágio mesmo, que nem prova final ou de concurso, por mais que se estude, o medo e o frio na barriga são inevitáveis.
Me assusta um pouco o fato de ter alunos analfabetos e alfabetizados na mesma sala. Mas pensando bem, nossas classes de alfabetização são assim: de pré-silábico a alfabético!
Nossa! Interagir com realidades tão diferentes é mais um desafio que se colocará para mim, visto que mesmo que tenhamos contato com crianças com personalidade e "tempos" diferentes, de certa forma, aliás, cada uma da sua forma, acompanha as atividades desenvolvidas.
Eu sei que com a EJA será assim, cada aluno com seu jeitinho irá dando a sua contribuição para aprendermos juntos e crescermos como turma.
Mas....ai, que ansiedade.