sábado, 18 de setembro de 2010

Pensadores da LUDICIDADE - Freud

Segundo Freud, a criança usa o brincar para ajustar seu mundo, criando um onde ela dita as regras e as coisas acontecem como deseja.

Para ele, a criança também utiliza-se do brincar para elaborar suas vivências.

Os limites entre realidade e fantasia estão sobrepostos, visto que em geral ela vivencia no brincar seu cotidiano, com ênfase em situações difíceis que nega, tenta compreender ou ressignificar.

Segundo ele, observar o brincar da criança é a forma mais fácil de compreender os processos interiores pelos quais ela passa e compreender o seu estado psíquico.

Concluindo, o brincar é uma maneira magnífica de compreender-se, ressignificar-se, aprimorar-se e compreender a interação de tudo que que nos cerca.

Pensadores da LUDICIDADE - VYGOSTKY

Para Vygotsky (1984), os elementos fundamentais da brincadeira são:

* a situação imaginária;
* a imitação e
* as regras.


Segundo ele, inicialmente o brincar da criança representa suas vivências do dia-a-dia, visto que ela diverte-se imitando as ações dos adultos e representando as regras seguidas por eles.

Nesta fase a criança imita, vivenciando ações e desenvolvendo habilidades que serão úteis na vida adulta.

O imaginário e o real integram-se, oportunizando a ela a compreensão das regras sociais e a assimilação das normas de convivência dos adultos.

Numa fase posterior, o brincar assume uma função cultural, onde a criança agrega novas idéias, regras e combinações.

Isto porque no brincar, habilidades, papéis e valores são internalizados.

Quando a criança brinca, não há apenas uma repetição de eventos vistos ou ouvidos. A criança cria, combinando o antigo com o novo. Porém, a base da criação é a realidade da qual extrai elementos, pois a construção imaginária não parte do nada. Estes elementos da realidade podem ter sido adquiridos não só pela experiência direta do individuo, mas também pela experiência social adquirida por relatos e descrições (Vygotsky, 1984).

Pensadores da LUDICIDADE - PIAGET




0 A 2 ANOS



PIAGET

Para Piaget, exceto as demonstrações de raiva e as ações relacionadas ao sistema digestivo, as demais ações da criança constituem-se em jogos.
Para ele, quando a criança age sobre seu corpo ou sobre objetos, estando já no estágio de acomodação com relação a eles, encontra-se jogando.
Segundo ele, estando acomodada, a criança não mas explora o corpo ou o objeto com o objetivo de assimilação. Estando acomodada o faz com a intenção de sentir prazer na ação.

2 A 7 ANOS



Nesta fase o brincar da criança assume a função simbólica, onde um objeto presente representa um ausente


7 A 11 ANOS





Os jogos de regras baseiam-se em combinações feitas na hora do jogo ou em regras previamente concebidas e passadas de geração a geração. Baseiam-se em combinações sensório–motoras ou intelectuais.

Para Piaget o brincar propicia à criança:

* desenvolver noções de lógica (usar palavras compreendidas, fazer afirmações verdadeiras e pensar logicamente);

* auxilia no desenvolvimento do pensamento e de outras capacidades;

* “digestão mental” de situações e experiências vividas.

Revisitando LUDICIDADE E EDUCAÇÃO

Em meu retorno às terras da Ludicidade, relembrei os conceitos de:



Brinquedo – suporte de brincadeira



Brincadeira – descrição de uma conduta estruturada com regras implícitas ou explícitas



Jogo – ação lúdica envolvendo uma situação estruturada pelo próprio tipo de material.

Na minha opinião, todos formidáveis instrumentos para a construção do conhecimento, o desenvolvimento da cooperação, a compreensão da importância de existirem regras e de segui-las.

Como aponta Negrine (2000),
"Pensamos que a atividade que a criança executa como exercício pode ter diferentes finalidades, como por exemplo: 1) servir como reforço às habilidades já adquiridas; 2) imitar aquilo que o outro realiza; 3) testar suas habilidades ou adquirir novas; 4) atrair os outros para a atividade que realiza" (p.19).



Conforme explicitado pela professora Tânia Fontoura em entrevista à TV Com , uma experiência marcada pelo lúdico tornasse significativa porque através dela podemos:

* conectar-nos
* ter uma relação mais direta com o mundo que nos cerca;
* interagir;
* vivenciar conhecimentos;
* ser agentes criadores da aprendizagem;
* agir;
* decidir;
* refletir;
* repensar;
* reconceituar;
* reconstruir;
* criar e
* recriar.

Revisitando TEATRO E EDUCAÇÃO



A Interdisciplina de Teatro demonstrou-me que através do teatro pode-se auxiliar o aluno a compreender-se mais, bem como ao mundo que o cerca.

Reconstruir formas de agir em cena, possibilita ao aluno analisar de outras formas uma mesma situação e até encontrar novas soluções para suas próprias vivências.

Auxiliá-o a desenvolver sua forma de expressar-se e interagir com o mundo, libertando-se e reconhecendo-se.

Resgate histórico

Esta disciplina já assumiu diversas roupagens em sua história, sendo importante destacá-las para repensarmos as contribuições de cada uma delas e as que empreendemos em nossa atuação pedagógica:

* Método Dramático - mais empregado por mim antes da UFRGS, onde o teatro é utilizado como recurso para outras aprendizagens, não como conhecimento em si;

* Teatro Criativo - tendo como base o jogo dramático, mas defendendo a idéia de o teatro ser considerado como disciplin a em si, tendo o seu lugar no currículo;

* Movimento Criativo - movimento que ncentiva a expressão em suas mais variadas facetas, principalmente através da dança e do teatro;

* Teatro Escolar -apresentação de espetáculos nas escolas por alunos.

Teatro e educação

Na minha opinão, é primordial que desenvolvam-se exercícios que contribuam para a consciência corporal e o movimento expressivo, assumindo um papel e comunicando algo.

Assim como é fundamental que se tenha presente que o teatro deve ser mais um instrumento de desenvolvimento integral, não mais uma arma de exclusão. Portanto, deve reconhecer-se o papel ativo da platéia e fomentar-se a interação sadia entre aqueles que estão presentes no palco com os que estão presentes na platéia.

O teatro deve ser mais uma ferramenta para desenvolver a ciência de que todos possuem potencial para tudo e a sua maneira e tempo, irão desenvolvê-lo, assim como a ação colaborativa é o melhor caminho para a construção do conhecimento e resultafos de qualidade.

Revisitando MÚSICA NA ESCOLA




MÚSICA NA ESCOLA

Revisitando a interdisciplina, começo destacando uma frase retirada de uma das minhas produções:

Pois é, bendito seja o comércio, que manipula a sociedade, que é manipulada pela mídia, que é manipulada pelos formadores de opinião, que são manipulados pelos donos do poder, que são manipulados por seu desejo sagaz de acumular cada vez mais capital, que é o SENHOR da nossa Sociedade.
Esta frase foi postada após uma pesquisa de campo sobre o que é disponibilizado nas lojas de venda de Cd’s e o que é adquirido em maior quantidade. Não preciso detalhar, né?
Penso que o estudo da música deve surgir como alternativa frente ao processo de emburrecimento a que somos submetidos. A partir de uma análise sobre as predileções das crianças, fazer um convite para uma viagem no tempo, trazendo à sala de aula as músicas da infância dos seus pais e avós, propiciando uma comparação destas épocas.
Penso que o estudo da música deve propiciar uma reflexão sobre o quanto ela é manipuladora e influencia nossas impressões e atitudes sobre o mundo, sorrateiramente introduzindo suas ideologias na nossa mente.
Kodály dizia que “A música é uma manifestação do espírito humano, similar à língua falada. Os seus praticantes deram à humanidade coisas impossíveis de dizer em outra língua. Se não quisermos que isso permaneça um tesouro morto, devemos fazer o possível para que a maioria dos povos compreenda esse idioma.” (Dalcroze, Orff, Suzuki e Kodály - Semelhanças, diferenças, especificidades (Diana Goulart)

Infelizmente muitas pérolas vão sendo esquecidas no caminho e cada vez mais músicas de péssimo gosto e palavras de baixo escalão vão ganhando espaço nas nossas casas.
Infelizmente as crianças acabam sendo submetidas aos interesses comerciais: cantam músicas cujo sentido vulgar não compreendem e desenvolvem gestos vulgares sem ter ciência do propósito real da coreografia.

Esta interdisciplina me fez conscientizar-me de que a música em sala de aula não deve ser utilizada como repetição irreflexiva, mas deve ser uma oportunidade de vivenciar a música, experienciar a melodia, brincar com o corpo e com a voz e instigar a mente para criar coisas novas, gerando novas interpretações e novas cadências. Deve priorizar a análise, o debate, o ritmo, a criação, a auto-confiança, a expressão dos sentimentos, dos pensamentos e acima de tudo a consciência.

Artes Visuais em prática




Durante o período de estágio, procurei implementar pelo menos "uma atividade" que levasse aos alunos a refletirem a arte.

Na verdade, a experiência me deixou um pouco frustrada, mas de certa forma, eu já esperava que como primeira experiência, fosse exatamente assim.

Desenvolvi-a com alunos de EJA, habituados ao método tradicional de ensino, de cópia e memorização. Penso que se tivesse mais tempo de atuação com os alunos, aos poucos eles compreenderiam o valor e a importância para a vida deles da arte e se deixariam seduzir por ela.

Oportunizei a eles o que considero o ensino de artes de fato. Como o espaço era muto curto, resolvi eleger uma obra e fazer uma visualização das demais do artista: a eleita foi a bela e intrigante Tarsila do Amaral.

Tivemos acesso a vídeos sobre a artista e a um livro ilustrado e bem didático sobre a biografia dela.

Observamos suas obras de arte e realizamos uma análise mais apurada da obra “Os operários”, conversando sobre o momento histórico e as mensagens que ela pretendia passar.

Cada aluno realizou uma releitura, um pouco a contra-gosto, é verdade, devido à concepção que possuíam de considerar a arte uma verdadeira perda de tempo.

Brinquei com a obra, criando um jogo de 13 erros, que possibilitou uma observação mais apurada dos detalhes. Aliás, convido você a divertir-se com ela.

Encontre os 13 erros, na obra “Os operários” de Tarsila do Amaral.



Como publiquei no meu Bog no início do curso, após as leituras, penso que a Arte se dedica a pensar

O SOCIAL



O REAL


O IRREAL



A NATUREZA


ENFIM, USANDO VARIADOS INSTRUMENTOS OPORTUNIZA ANÁLISE DO PASSADO, PRESENTE OU FUTURO, BRINCA COM O INIMAGINADO, PROCLAMA IDÉIAS, DEFENDE IDEAIS E NESTE VARIADO MENU, AUXILIA-NOS A COMPREENDER O MUNDO E A NÓS MESMOS.

Revisitando ARTES VISUAIS


A arte representa idéias, ideologias, gritos de liberdade, coro de vozes em busca de mudanças. Representa a beleza, a grandeza e a sordidez da sociedade.Através dela, conseguimos conhecer momentos históricos e compreender pecualiariedades culturais. Podemos conhecer a história da nossa nação, bem como de outras e compreendendo a magia de cada cultura, respeitar as diferenças entre um e outro. Acima de tudo, reconhecer a contribuição de cada cultura para a pessoa na qual nos transformamos.

De diferentes formas, a arte nos chama a refletir nossa realidade, o passado e o futuro.

Infelizmente, muitas vezes o ensino de artes nas escolas brasileiras apóia-se nos sistemas tradicional ou tecnicista.
No primeiro caso, o educador com uma postura autoritária, visando o preparo para o mercado de trabalho, prioriza o desenvolvimento de destrezas ao invés de instigar a criatividade, através da liberdade de criação.
No segundo caso, o centro da aula não é nem o professor, nem o aluno, mas o sistema. O professor dedica-se meramente a ensinar a fazer, priorizando a técnica.
Mas há quem apoie-se no Movimento Escola Nova, que inovou a educação de Artes no país, modificando as concepções de ensino: passou-se a dar destaque aos sentimentos, priorizar o aluno e dar destaque à livre criação.
Já a proposta triangular é a mais difundida na atualidade devido à qualidade que sua metodologia proporciona: agrega a história da arte, a análise de obras artísticas e a livre criação do aluno.

No ensino de arte um currículo que interligasse o fazer artístico, a história da arte e a análise da obra de arte estaria se organizando de maneira que a criança, suas necessidades, seus interesses e seu desenvolvimento estariam sendo respeitados e, ao mesmo tempo, estaria sendo respeitada a matéria a ser apreendida, seus valores, sua estrutura e sua contribuição específica para a cultura. (Barbosa, 1998, p.35)

Último semestre



Foi um longo percurso, uma difícil caminhada e agora, chegamos ao momento da reflexão de toda jornada.
Chegou a hora de mais uma vez repensarmos o caminho e desta vez, analisarmos cada passo dado.

É com muita alegria que conquistamos uma montanha, sabendo que há muitos espaços ainda a serem explorados e conquistados. Estamos encerrando uma viagem, uma grande viagem...mas ela também nos provoca a almejar realizar muitas outras.

Seja bem-vindo, seja bem-vinda, ao meu momento de contemplação da jornada!
Abraço!
Kelli Mattes