segunda-feira, 11 de outubro de 2010
Literatura Infanto Juvenil e Aprendizagem
Análise geral
"Quando uma criança escuta, a história que se conta penetra nela simplesmente, como história. Mas existe uma orelha detrás da orelha que conserva a significação do conto e o revela muito mais tarde" Louis Paswels
Retomando a interdisciplina de Literatura, o que ficou mais marcante foi a importância de ao escolhermos as leituras a serem exploradas em sala de aula, termos bem presente as ideologias contidas nas mesmas. Os contos infantis, originados com o intuito de garantir momentos de lazer, propagam culturas, fortalecem valores, motivam a fantasia, incitam o medo, a esperança, a fé.
Chamou-me a atenção ao reler a bilbiografia disponibilizada, um destaque feito pelos professores sobre a mudança dos detalhes que englobam a criação de histórias na atualidade. Segundo nossos educadores:
- no cenário das histórias, o urbano substitui o mundo rural;
- a linguagem utilizada é marcada pela oralidade e coloquialismo;
- freqüentemente, a personagem criança já não é ingênua, mas crítica, participante e contestadora;
- a nova poesia não tem mais temáticas cívico-pedagógicas, mas aponta para outros caminhos (humor, temáticas cotidianas, nonsense);
- aparecem vários livros policiais, de ficção, obras que incorporam a “nova fantasia”;
- surgem novas explorações gráficas, na ilustração, na diagramação dos livros, assim como uma grande intertextualidade;
- investe-se também no humor e na ironia.
Penso que estas mudanças foram extremamente importantes para a motivação na formação de novos leitores. Ora, estávamos rodeados por uma montanha de livros magníficos, com um enfoque bucólico, representando crian ças extremamente ingêncuas e realidades que não mais seduziam crianças acima dos 6 anos de idade, acostumadas às emoções dos filmes de ação e das mensagens nem sempre educativas das telenovelas.
Sobre os poemas, o que encanta é que eles podem brincar com o som, explorar os espaços da página com palavras e desenhos,tratar do sonho, do absurdo, do impensado, do real. Inspirar-se no floclore, na história, no sentimento. E o que me entristece é a forma como são pouco explorados em sala de aula e é pouco estimulada a sua formulação.
Para lembrar na hora do conto
Eu adoro teatro! Logo, mudar o tom de voz e fazer caras e bocas na hora de contar uma história, é algo comum. Mesmo assim, como este blog pdoerá ser lido por muita gente, quem sabe alguém que sofra de timidez, vale a pena fazer algumas observações:
* Mantenha comuncação visual com todos os alunos, não fixando-se num ponto fixo ou mantendo comunicação com apenas algumas do grupo;
* Altere o tom de voz, dando mais veracidade à história - use o tom de voz adequado com o que o personagem deseja passar;
* Movimente-se quando a história exige, mas não o faça por nervosismo ou por sentir-se entediado com a leitura. Se você não entregar-se, não vivenciar o que lê, seus ouvintes também não conseguirão e julgarão a leitura mais maçante que você;
* Transforme a leitura em um espetáculo!
Desde que nasce, a literatura infantil, sendo objeto de educação e entretenimento, tem como característica [ser] didática e moralizadora, prestando-se à transmissão de mensagens ideológicas de acordo com uma concepção adulta de mundo, ou seja, os valores desejados pelos adultos à criança (Asbahir, 2001, p. 19)
Lembre-se: a leitura deve estar integrada a sua proposta e a intervenção que você realizar a partir dela deverá estar conectada com os valores que você deseja desenvolver com seus alunos. Não leia por ler. Você não precisa desenvolver uma mega atividade a partir de cada momento de leitura, ele em si tem significatividade, mas você também não deve perder a oportunidade de fazer com o que o seu aluno demonstre, mesmo que de uma maneira simplória que ele compreendeu o que leu e abstraiu o essencial.
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