sábado, 18 de setembro de 2010
Revisitando MÚSICA NA ESCOLA
MÚSICA NA ESCOLA
Revisitando a interdisciplina, começo destacando uma frase retirada de uma das minhas produções:
Pois é, bendito seja o comércio, que manipula a sociedade, que é manipulada pela mídia, que é manipulada pelos formadores de opinião, que são manipulados pelos donos do poder, que são manipulados por seu desejo sagaz de acumular cada vez mais capital, que é o SENHOR da nossa Sociedade.
Esta frase foi postada após uma pesquisa de campo sobre o que é disponibilizado nas lojas de venda de Cd’s e o que é adquirido em maior quantidade. Não preciso detalhar, né?
Penso que o estudo da música deve surgir como alternativa frente ao processo de emburrecimento a que somos submetidos. A partir de uma análise sobre as predileções das crianças, fazer um convite para uma viagem no tempo, trazendo à sala de aula as músicas da infância dos seus pais e avós, propiciando uma comparação destas épocas.
Penso que o estudo da música deve propiciar uma reflexão sobre o quanto ela é manipuladora e influencia nossas impressões e atitudes sobre o mundo, sorrateiramente introduzindo suas ideologias na nossa mente.
Kodály dizia que “A música é uma manifestação do espírito humano, similar à língua falada. Os seus praticantes deram à humanidade coisas impossíveis de dizer em outra língua. Se não quisermos que isso permaneça um tesouro morto, devemos fazer o possível para que a maioria dos povos compreenda esse idioma.” (Dalcroze, Orff, Suzuki e Kodály - Semelhanças, diferenças, especificidades (Diana Goulart)
Infelizmente muitas pérolas vão sendo esquecidas no caminho e cada vez mais músicas de péssimo gosto e palavras de baixo escalão vão ganhando espaço nas nossas casas.
Infelizmente as crianças acabam sendo submetidas aos interesses comerciais: cantam músicas cujo sentido vulgar não compreendem e desenvolvem gestos vulgares sem ter ciência do propósito real da coreografia.
Esta interdisciplina me fez conscientizar-me de que a música em sala de aula não deve ser utilizada como repetição irreflexiva, mas deve ser uma oportunidade de vivenciar a música, experienciar a melodia, brincar com o corpo e com a voz e instigar a mente para criar coisas novas, gerando novas interpretações e novas cadências. Deve priorizar a análise, o debate, o ritmo, a criação, a auto-confiança, a expressão dos sentimentos, dos pensamentos e acima de tudo a consciência.
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